O empresário Dalton Gadelha, presidente do Hospital Help e da Fundação Pedro Américo, acusou o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), de ter feito um gesto simbólico que insinuaria apropriação indevida de recursos públicos. A suposta atitude teria ocorrido durante uma reunião entre os dois para tratar da dívida milionária da Prefeitura com o hospital.
A declaração de Dalton foi feita durante a gravação de um podcast da Rede Ita — emissora pertencente ao próprio empresário — que vai ao ar na próxima segunda-feira (29). Um trecho da entrevista chegou a ser publicado nas redes sociais da emissora, na noite desta sexta-feira (26), mas foi apagado logo em seguida.
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No vídeo, Dalton afirma que se encontrou com o prefeito pessoalmente e que, durante a conversa, Bruno teria admitido a utilização dos recursos. “Sou eu e o senhor, olho no olho, que o senhor disse que ia pagar”, diz Dalton. Em seguida, ele simula um gesto com a mão, supostamente feito por Bruno, indicando a retirada do dinheiro. “Eu estava precisando”, teria dito o prefeito, conforme relato do empresário, que completou: “E fez até o gestual. E fui lá e tirei”.
A crise entre o Hospital Help e a Prefeitura de Campina Grande ganhou repercussão em março deste ano, quando Dalton Gadelha revelou que a gestão municipal deve mais de R$ 33 milhões à unidade hospitalar. O impasse motivou inclusive uma ação judicial.
Na última decisão sobre o caso, o juiz Falkandre de Sousa Queiroz, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campina Grande, negou a urgência do pedido da Fundação Pedro Américo para obrigar o município a repassar R$ 9,9 milhões referentes a contratos firmados com recursos de emendas parlamentares.
Até a última atualização desta matéria, a Prefeitura de Campina Grande não havia se manifestado sobre a nova declaração do empresário.