Ovodoação cresce no Brasil e dá esperança a milhares de mulheres que sonham em ser mães

Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de 15% dos casais em idade fértil enfrentam dificuldades para engravidar. Entre as causas, uma das mais recorrentes é a baixa qualidade ou ausência de óvulos, problema que atinge principalmente mulheres acima dos 35 anos. Diante desse cenário, a ovodoação vem se consolidando como alternativa para quem deseja realizar o sonho da maternidade.

A ovodoação é um procedimento em que óvulos de uma mulher doadora são utilizados para a fertilização de outra paciente, geralmente quando há falência ovariana, risco genético ou idade avançada da receptora. No Brasil, a prática é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece critérios rigorosos para doação e recepção, garantindo sigilo e segurança em todo o processo.

Segundo a embriologista, Dra. Salomé Espínola, se o caminho da ovodoação está sendo considerado, é essencial que as pacientes estejam sob os cuidados de especialistas em reprodução humana. “Esses profissionais dedicam sua experiência e conhecimento para um tratamento seguro e respeitoso. É importante uma abordagem gradual e individualizada, que acolhe as emoções de cada paciente, tornando o processo mais sereno e confiável.

De acordo com a especialista que possui expertise internacional no assunto, o interesse pela técnica tem crescido nos últimos anos. “Muitas mulheres que não conseguem engravidar com seus próprios óvulos encontram na ovodoação uma nova chance. É um caminho cercado de expectativas, mas também de acolhimento e esperança”, destaca.

Ela lembrou que o processo é totalmente anônimo e ético, sem vínculo entre doadora e receptora. “Nosso papel é oferecer informação clara e acompanhamento personalizado. Cada história é única e merece cuidado desde a decisão até o tratamento”, afirma.

Para a embriologista, o maior desafio ainda está no preconceito e na falta de informação. Ela lembra que muitas pacientes chegam ao consultório sem conhecer a possibilidade da ovodoação. “É preciso falar sobre o tema de forma aberta. O direito à maternidade pode ser ressignificado quando a ciência oferece alternativas seguras”, acrescenta.

Atualmente, dados internacionais mostram que as taxas de sucesso da ovodoação são superiores às da fertilização in vitro com óvulos próprios em idades mais avançadas. Isso ocorre porque os óvulos doados geralmente vêm de mulheres mais jovens e saudáveis, o que aumenta as chances de gestação e reduz riscos para mãe e bebê.

Para quem busca esse caminho, Dra. Salomé reforça a importância do acompanhamento médico especializado. “Cada etapa exige orientação técnica e suporte emocional. Mais do que oferecer um tratamento, nossa missão é estar ao lado da paciente, ajudando-a a realizar um projeto de vida”, conclui.