O câncer ainda é um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. E, diante de uma realidade marcada por diagnósticos tardios e dificuldades de acesso ao tratamento, iniciativas como a do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em João Pessoa, ganham protagonismo. Com mais de 90% dos seus atendimentos voltados para o Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital é referência em oncologia clínica e cirúrgica na capital paraibana, oferecendo terapias modernas, equipe especializada e, acima de tudo, acolhimento.
“O câncer é um desafio imenso, mas quando o diagnóstico é feito cedo e o paciente tem acesso ao tratamento de qualidade, as chances de cura e controle aumentam muito. Hoje, oferecemos condutas modernas com uma equipe altamente capacitada, dentro das diretrizes do SUS”, explica o coordenador do serviço de Oncologia do HSVP, Dr. Jean Pereira.
Nos últimos anos, o hospital tem ampliado o número de atendimentos e reduzido o tempo de espera para terapias clínicas, especialmente para pacientes que antes dependiam exclusivamente de uma rede sobrecarregada. A estrutura atual conta com 12 oncologistas clínicos, três médicos paliativistas, centro de infusão para terapias modernas e um time multiprofissional que acompanha o paciente em todas as fases do tratamento.
A quimioterapia, por exemplo, é aplicada com protocolos atualizados e suporte para minimizar os efeitos colaterais como náuseas, fadiga e queda de cabelo. Já a hormonioterapia, comum em casos de câncer de mama e próstata, é oferecida com acompanhamento e orientação sobre os efeitos mais discretos, como ondas de calor ou alterações hormonais.
Além disso, o hospital conta com um núcleo de cuidados paliativos, fisioterapia oncológica, psicologia, assistência social e nutrição clínica. “O que nos diferencia é o acolhimento. Tratamos nossos pacientes como família. Isso reflete diretamente nos resultados”, destaca Dr. Jean Pereira.
Desmistificar para tratar melhor
Outro pilar do trabalho do HSVP é a educação em saúde. “Muitos pacientes chegam já assustados por informações equivocadas. Entre os mitos mais comuns está a ideia de que a quimioterapia causa efeitos colaterais insuportáveis. Hoje temos medicamentos muito eficazes que ajudam a controlar náuseas, prevenir infecções e manter o paciente bem durante o tratamento”, explica Dr Jean.
Outro mito recorrente é o de que o câncer é sempre uma sentença de morte. “Muitos tipos têm alta taxa de cura, principalmente quando diagnosticados cedo. O câncer não precisa ser sinônimo de fim, mas de um novo começo — com o acompanhamento certo. Nosso papel também é informar com responsabilidade, mostrando que cada caso é único e que os tratamentos evoluíram muito”, reforça o oncologista.
Além das terapias, o hospital atua com cirurgias especializadas nas áreas de mastologia, cabeça e pescoço, urologia, oncologia torácica e geral, contribuindo diretamente para o sucesso dos tratamentos e a reabilitação dos pacientes.
A paciente Mauricéa Soares, atendida pelo hospital, descobriu o câncer de mama após uma mamografia, mesmo já tendo sintomas há algum tempo. “O meu mundo acabou naquela hora ao saber que tinha a doença. Hoje aceitei esse problema e coloquei na mão de Deus, e já deu certo. Agora estou sabendo lidar com a situação, pois no começo foi difícil, mas contei com a ajuda dos amigos”, relatou.
Ela realiza sessões de quimioterapia a cada 21 dias e afirma que o impacto emocional e financeiro da doença foi grande — hoje, vive com apoio do Bolsa Família. Ainda assim, não perde a fé. “Que lutem contra isso, não desistam, tenham fé em Deus que tudo vai dar certo. Primeiramente, Deus”, afirmou, emocionada.
Para os pacientes que passam por essa jornada no SUS, o HSVP deixa uma mensagem de esperança. “Sabemos das dificuldades, mas o cuidado existe, e é feito com dedicação, técnica e humanidade. O paciente não está sozinho — nossa equipe está aqui para caminhar junto com ele”, finaliza Dr. Jean Pereira.