O cuidado da Enfermagem inova na atenção aos recém-nascidos e vira lei. A implementação da Hora do Colinho como protocolo agora é lei no Piauí, na Paraíba e no Acre. Idealizado pela enfermeira Mariluce Ribeiro, o projeto oferece um cuidado importante aos recém-nascidos que são privados da presença materna, minimizando os efeitos da separação.
Com um parecer técnico favorável do Conselho Federal de Enfermagem, a Hora do Colinho caminha para se tornar um protocolo amplamente difundido. O Projeto de Lei 2956/2021, busca instituir a prática em âmbito nacional.
Lançado durante a pandemia de covid-19 na Paraíba para acolher o grande número de órfãos internados e recém nascidos com mães em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a iniciativa foi reconhecida como Protocolo Operacional Padrão (POP) em parecer técnico do Cofen e se desdobrou em projetos de lei por todo o país. Já é Lei pioneira na Paraíba, Rio de Janeiro, Piauí, Acre e Matogrosso, aguardando aprovação no DF, Maceió, Maranhão, Pernambuco e Tocantins, tramita também no Congresso Nacional.
Na Paraíba foi Lei Estadual pioneira e no município de João Pessoa sendo seguido no município de Campina Grande por me já se tornou lei em alguns municípios.
Está disponível, na multiplataforma CofenPlay, o ebook “Hora do Colinho – Além de um protocolo”. O livro narra o surgimento e desenvolvimento do projeto, voltado ao cuidado humanizado de recém-nascidos privados da presença materna.
E você profissional da Enfermagem, já conhecia ou aplicou o protocolo “Hora do Colinho”? Se sim, desde quando o hospital onde você trabalha adotou a prática? Compartilhe conosco nos comentários a sua experiência!
Mariluce Ribeiro de Sá, o projeto tem como principais objetivos proporcionar momento de relaxamento e acolhimento para o recém-nascido, diminuir a ausência materna/paterna ou familiares, o estresse e a sensação de dor como também proporcionar ao recém-nascido e/ou lactente um cuidado mais humanizado e com condições que favoreçam a sua melhor recuperação.
A enfermeira explica que o colo é um santo remédio e existem vários estudos que comprovam os benefícios do contato físico com a pele da mãe para os bebês recém-nascidos ou com alguns meses de vida. Nesse caso a hora do colinho tem como objetivo proporcionar aos recém-nascidos um momento de acolhimento e terapia durante de plantão devido à ausência de familiares, com um cuidado humanizado, com objetivo de minimizar o estresse, alguma dor e a falta que o mesmo sinta da mãe.
“Existem estudos que dizem que o colo melhora a sensação da dor e de sua duração, diminuição da freqüência cardíaca com consequente sensação de relaxamento e até mesmo ativação de genes envolvidos no metabolismo e no sistema imunológico. Os bebês por estar em um ambiente hospitalar, muitas vezes se sentem sozinhos, por impossibilidades de os pais as acompanharem em tempo integral ou receberem visitas devido à pandemia ou por terem sido abandonadas. A demonstração de afeto através do colinho terapêutico ameniza o estresse e facilita a recuperação”, explica a enfermeira Mariluce Ribeiro de Sá.
Ela explica que a técnica de POP melhora a respiração porque vai expandir a caixa torácica e auxilia o funcionamento do intestino e do estômago ao ser movimentado. Além do mais, o recém- nascido se torna mais receptivo ao toque em geral e a ter mais facilidade para se relacionar.
“Devemos lembrar sempre que o toque será feito de forma terapêutica, para aliviar estresse ou algum processo de dor no recém-nascido e para o procedimento acontecer o recém-nascido precisa está dentro dos quesitos da técnica”, finalizou.