‘Líderes do MST não morreram por questões políticas ou agrárias’, revela delegada

A delegada do Núcleo de Homicídios de Alhandra, Flávia Assad, nesta sexta-feira (17), explicou o que teria motivado o assassinato de José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, e Rodrigo Celestino, líderes do Movimento Sem Terra (MST) na região mortos a tiros na noite do dia 8 de dezembro de 2018 no acampamento Dom José Maria Pires.

“Tudo aconteceu por conta de uma extração ilegal de areia que acontecia no acampamento. Houve um acordo entre o responsável pelo areeiro e os integrantes do MST, que permitiriam a extração do produto em troca de R$ 2 mil por mês, sendo que mil ficaria para benefício do acampamento e os ouros pro movimento”, contou.

Na Operação Ampulheta, Rawlinson Bezerra de Lima, conhecido como Ralph, foi preso em sua residência localizada na avenida Cabo Branco, em João Pessoa; Maria de Fátima Santos Freitas foi presa no bairro José Américo, também em João Pessoa e Leandro Soares da Silva foi preso no acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra.

O valor pago seria considerado muito abaixo do esperado, tendo em vista que, pela média do mercado, seria R$ 4 mil por dia e a que a fiscalização das autoridades foi intensificada e a primeira atitude dos empresários foi cortar o pagamento. “Depois, mesmo com um novo acordo com Ralf, houve um abuso, realizando a extração durante madrugada para que o acampamento não visse”.

A delegada disse que não poderia definir exatamente qual foi a participação de cada preso no crime, porque as investigações continuam em sigilo. “O que podemos garantir no momento é que Rodrigo e orlando não morreram por questões políticas ou disputas agrárias”.