IBGE: em dois anos, 10,2 milhões passaram a trabalhar sem ganhar

Enquanto o mercado de trabalho no Brasil segue deteriorado, com queda do emprego formal e aumento expressivo da informalidade, cresce o número de pessoas dedicadas ao trabalho não remunerado no país, sobretudo aquele relacionado às atividades domésticas. É o que revela uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O instituto investiga quatro formas de trabalho que, se fossem remuneradas, poderiam agregar valor ao Produto Interno Bruto (PIB) do país. São elas:

  • afazeres domésticos
  • cuidados de pessoas
  • produção para próprio consumo
  • trabalho voluntário

Segundo a pesquisa, em 2018 148,8 milhões de brasileiros realizavam pelo menos um tipo de trabalho não remunerado, 10,2 milhões a mais que em 2016, quando esse número era de 138,6 milhões – um aumento de 7,35% no período.Evolução do trabalho não remunerado no BrasilNúmero de pessoas (em milhão) dedicadas a outras formas de trabalho138.584138.584145.678145.678148.773148.77310.43210.43212.33112.33113.04113.04144.69744.69752.97752.97753.95153.951Total de pessoas dedicadas ao trabalho não remuneradoPessoas que realizam produção para o próprio consumoPessoas dedicadas a trabalho voluntárioPessoas dedicadas a afazeres domésticosPessoas dedicadas aos cuidados de pessoas201620172018050k100k150k200k2017
● Pessoas dedicadas a afazeres domésticos: 141.751
Fonte: IBGE

Os afazeres domésticos constituem o trabalho não remunerado realizado pelo maior contingente de pessoas no país. Em 2018, 145,1 milhões de brasileiros realizam alguma atividade doméstica, seja no próprio domicílio ou na casa de parentes. Este número também aumentou em 10,2 milhões de pessoas em relação a 2016, quando este grupo somava 134,9 milhões – uma alta de 7,56% nestes dois anos.

A analista da Coordenadoria de Trabalho e Rendimento do IBGE (Coren) Marina Aguas enfatizou que uma mesma pessoa pode realizar mais de um dos trabalhos não remunerados simultaneamente.

G1